A estreia do Brasil na Copa do Mundo da Rússia, contra a Suíça, neste domingo (17), trouxe à tona uma discussão que, hora ou outra, surgiria nesta Copa: o uso (ou não) do árbitro de vídeo. Novidade desta edição, o recurso envolve muita tecnologia e vários profissionais para corrigir eventuais erros dos árbitros – mas só pode ser usada sob solicitação deles.

Quando estiver em dúvida sobre um lance, como um pênalti ou um impedimento, o árbitro em campo “desenha” uma TV no ar com as mãos. Esse é o sinal que desencadeia o trabalho de pelo menos nove profissionais envolvidos no VAR (vídeo assistant referee ou, em português, árbitro assistente de vídeo), que ficam na “Central de Operações de Vídeo”, uma sala no “Centro Internacional de Transmissão”, em Moscou. Todos os 12 estádios da Copa são ligados a esse centro, que recebe o sinal dos estádios e os distribui para todas as TV’s com direitos de transmissão do evento.

Ao receber o pedido do árbitro em campo, quatro operadores de vídeo correm para cortar os replays de todos os ângulos que podem ajudar a esclarecer o lance. No total, são 33 câmeras espalhadas pelo estádio, sendo duas de “super slow-motion” e outras duas de “ultra slow-motion”
  

O árbitro de vídeo e seus quatro assistentes revisam o que aconteceu e preparam um replay oficial do lance, que é enviado junto com um “parecer” ao árbitro por meio de um representante da FIFA, que também fica nessa sala. Caso o árbitro em campo queira, ele também pode, por si mesmo, rever o lance numa tela ao lado do campo e tomar sua decisão.

“Tirar-teima” de um lance usando a tecnologia parece simples, mas não é. Toda essa operação deve ocorrer em pouquíssimo tempo, de modo a não atrapalhar o tempo de jogo ou afetar o ritmo da partida.

Mais definição a cada Copa
A Copa do Mundo de 2014, no Brasil, foi a primeira filmada em 4K. Mas foram apenas testes, o que significa que (ainda bem!) ninguém assistiu a humilhação do 7×1 nessa superdefinição. Mas hoje, apenas quatro anos depois, a Copa da Rússia é a primeira em que a FIFA liberou o sinal UHD para as emissoras de TV que quiserem transmitir nessa definição, já que hoje muitas pessoas já têm aparelhos compatíveis em casa.

Mesmo assim, no Reino Unido, por exemplo, os espectadores só verão a Copa em 4K pelo serviço de streaming da BBC, e não pelo sinal comum de TV. Mesmo assim, as possibilidades são animadores: num outro aplicativo, o BBC Sport VR, é possível assistir à Copa em realidade virtual, como se você estivesse num camarote do estádio.

Escrito por Gabriel Justo

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *